©Cédric Coomans
Chego sempre atrasada aos funerais importantes
Sempre me fascinou a ideia de viver uma aventura num território desconhecido. Acho que vi demasiados road movies, onde a estrada é a passagem para um novo começo, livre das ligações com o passado. Mas ouvi tantas vezes, nesses filmes, “Tens de te perder. Não podes olhar para trás. Tens que romper os teus limites. Tens de deixar a tua zona de conforto. Tens de arriscar mais.”, que comecei a perguntar se o road movie não seria um dos suportes visuais do mantra neoliberal do sujeito como projeto de si próprio, na viagem transcendente da auto-otimização.
Como é que esta narrativa tem afetado o modo como eu – e talvez nós – temos vivido o amor? Existem territórios onde a noção de heroicidade é absurda e problemática?
Como é que nos preparamos para o amor?
Viajei até ao Chile e filmei a minha interpretação de road movie: a história da heroína solitária quando se aventura na procura do amor.
Este filme é dedicado a todos os momentos em que quis percorrer a estrada do amor, mas fiquei presa na baleia da solidão. Como Jonas: “na solitária escuridão da morte, a língua começa finalmente a mover-se. E, no momento em que começa a falar, chega uma resposta.”
O projeto Chego sempre atrasada aos funerais importantes é uma investigação sobre a narrativa do herói solitário na aventura do amor, que deu origem a três trabalhos diferentes: o espetáculo Chego sempre atrasada aos funerais importantes (Teatro Maria Matos, Lisboa, 2018); o filme com o mesmo título (Festival Temps d’Images, Lisboa, 2017) e a performance-percurso Como se o meu amor fosse cego (Nave, Chile, 2017).
Apresentado no Festival Temps d’Images, em Novembro de 2017.
Direção, interpretação e guião: Catarina Vieira
Edição e fotografia: Cédric Coomans
Produção: Vertigo – Associação Cultural
Co-Produção: Teatro Maria Matos, DAS – Graduate School
Edição e fotografia: Cédric Coomans
Produção: Vertigo – Associação Cultural
Co-Produção: Teatro Maria Matos, DAS – Graduate School
Apoio: Festival Temps d’Images/Duplacena;OPART/Companhia Nacional de Bailado; Polo Cultural | Gaivotas Boavista/CML
Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian (Bolsa de Especialização e Valorização Profissional em Artes no Estrangeiro)
Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian (Bolsa de Especialização e Valorização Profissional em Artes no Estrangeiro)
©Cédric Coomans
©Cédric Coomans
©Cédric Coomans
©Cédric Coomans
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©Cédric Coomans
©Cédric Coomans
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