
©Joana Linda
Nasci em 1983, em Aveiro, Portugal. Sou uma criadora e performer, baseada em Lisboa, cujo trabalho articula diferentes áreas artísticas: Teatro, Performance, Cruzamentos Disciplinares.
Em 2007, licenciei-me com Atriz e Encenadora na Escola Superior de Teatro e Cinema (Lisboa). Em 2018, completei o mestrado DAS Theatre, da DAS Graduate School (Amsterdão), como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.
Tenho desenvolvido processos de pesquisa situados, a partir do encontro com lugares/ comunidades/pessoas específicas. Frequentemente, cada pesquisa gera uma proliferação de diferentes objetos artísticos, que materializam o projeto em diferentes temporalidades e modalidades, para além da performance: podcast, vídeo, texto, álbum.
Interessa-me criar encontros como situações performativas híbridas que questionam e expandem as modalidades de estar juntos. Esta prática propõe muitas vezes um convite à participação, de modo a gerar reflexão sobre gestos coletivos, agência, autonomia, responsabilidade partilhada, conflito e dissidência.
O meu trabalho convoca a participação como um campo que é tecido e negociado com todas as presenças, explorando diferentes modos de engajamento: ao criar espaços tácteis para o espetador habitar ou espaços onde os diferentes sentidos são traduzidos em tato, sinestética e metonimicamente; ao colaborar com comunidades locais que se tornam intérpretes e co-criadores da peça; ao criar espaços de partilha que geram um campo de relações onde o lugar de quem faz, quem vê, quem escolhe, quem pensa e quem fala estão em circulação e abertos a serem questionados.
Entre 2007 e 2015, trabalhei sobretudo em colaboração artística com a performer e criadora Solange Freitas. Criámos juntas os seguintes espetáculos de teatro: Go Tell Fire To The Mountain (2015); Ex Machina (2014); Bugs(2013); O Festim, em colaboração com o performer e criador Tiago Cadete (2012); Fora de Jogo (2011); Temporária(2010); Lá e Cá(2007).
Desde 2018, fui responsável pela criação e direção artística dos projetos: Chego sempre atrasada aos funerais importantes (2018); Matéria (2019 - 2024), estúdio aberto para a partilha de práticas performativas; As canções que cantamos contra os muros que limpamos (2022), em colaboração com Aixa Figini e Josefa Pereira; Lugar X (2023-2025), projeto de pesquisa artística em contexto, criado no ámbito do programa europeu PLANT- Performing Life Akademia Network.
Como performer, trabalhei com Rimini Protokoll; Ricci/Forte; El Conde de Torrefiel; Jérome Bel; Edit Kaldor; Marina Nabais; Henrique Furtado; Raquel André e Cristina Carvalhal.
Faço parte da Cooperativa Dramatúrgica, um colectivo que organiza, desde 2023, um espaço de encontro dedicado à componente escrita de projetos em artes performativas.
Sou uma das fundadoras, juntamente com Raquel André e Sara de Castro, do projeto MUDA – Assédio nas Artes em Portugal (2025).